domingo, 12 de outubro de 2014


Então hoje é dia das crianças. Eu queria fazer algo especial pra esse dia por que, bem, até dois anos atrás eu ainda comemorava esse feriado, apesar de não ser mais criança a pelo menos sete anos, graças a uma tecnicalidade e muita cara de pau. E depois de pensar muito sobre o que postar (do que as crianças gostam, afinal? Eu passei a minha infância inteira lendo Shakespeare, parando ocasionalmente para jogar Pac-Man e assistir Power Rangers), eu decidi falar sobre Toy Story. Por que é um desenho sobre brinquedos, e a unica coisa que crianças gostam mais do que desenhos e brinquedos é Hamlet, certo?

Ser ou não ser, eis a questão

Então, sem mais delongas, eu apresento o especial de dia das crianças do Blog VHS!


Lançado em 1995, Toy Story é o primeiro filme da série e conta com as vozes de Tom Hanks e Tim Allen no original, com Alexandre Lippiani e Guilherme Briggs assumindo o microfone na dublagem brasileira. O filme conta a história de Woody (Hanks/Lippiani), um cowboy que é o brinquedo favorito do Andy, que de repente se vê substituído por Buzz Lightyear (Allen/Briggs), um astronauta que não sabe que é um brinquedo. Por que, no universo de Toy Story, brinquedos ganham vida quando ninguém está olhando! Bem, tecnicamente, eles estão vivos o tempo inteiro, eles só param de se mexer quando alguém olha - curiosamente até o Buzz, que não sabe que é um brinquedo. No filme, Andy, sua irmãzinha, e sua mãe estão se mudando para uma casa menor (a internet acha que os pais do Andy se divorciaram, o que é ridículo. Se eles tivessem mesmo se divorciado, o pai do Andy estaria por perto tentando usá-lo para atingir a mãe do Andy, como o m- o pai do meu amigo fez.)

"Tem sérios problemas de confiança na minha bota!"

Para piorar tudo, Woody acidentalmente joga o Buzz pela janela (quando ele só quer prender o Buzz atrás de um móvel para envelhecer e pegar poeira e eventualmente estragar por conta própria, inocentemente) e todos os outros brinquedos se voltam contra ele - ambos acabam se perdendo e indo parar na casa do Sid, o monstro que extravasa sua raiva em brinquedos que ele não sabe que estão vivos como, sabe, uma criança com problemas em casa. Agora eles precisam escapar do pesadelo que é o dia-a-dia do personagem mais triste do filme (e se isso envolve [SPOILER] traumatizar uma criança que aparentemente já tem problemas o suficiente sem objetos inanimados falando com ele [FIM DO SPOILER], que seja), e voltar para a casa do Andy antes da mudança!
Toy Story é um filme ótimo, com uma grande mensagem e várias mensagens menores, de modo que, dependendo da sua idade, a história te afeta de um modo diferente - ou seja, você pode assistir ao filme em diferentes momentos da sua vida, e cada vez vai ser como se você estivesse assistindo a um novo filme, e isso é raro. Toy Story ganha 5 estrelas.



Ai, em 1999, os brinquedos voltaram para a tela grande com Toy Story 2, com Marco Ribeiro tomando o lugar de Alexandre Lippiani e a adição de Joan Cusack na versão original e Mabel Cezar na dublagem brasileira.


O filme se passa alguns anos depois do primeiro Toy Story, e dessa vez é o Woody quem precisa ser resgatado! Quando um colecionador rouba o brinquedo de uma criança (como todos os colecionadores. Eu roubei um chocalho das mãos de um bebê ontem, e eu coleciono selos!), Buzz Lightyear monta uma força tarefa com o Porquinho, o Sr. Cabeça de Batata, o Slink e o Rex, e juntos eles decidem Onze Homens e Um Segredo uma loja de brinquedo aonde eles acreditam que Woody está sendo mantido refém. Enquanto isso, Woody baixa o Duro de Matar e decide acabar com os planos do colecionador de uma vez por todas.

"Yippee-ki-yay, motherf-"

Mentira. Mas, enquanto ele está sequestrado, Woody descobre que ele é um brinquedo baseado em um programa de TV dos anos 50, o que significa que ele é vintage e vale muito dinheiro. Ele também conhece Jessie, a cowgirl (Cusack/Cezar), o cavalo Bala no Alvo, e o Mineiro - que nunca foi retirado de sua caixa! Enquanto isso, Buzz se depara com um monte de outros Buzz Lightyears e com ninguém menos que seu arqui-inimigo, Zurg!
Enquanto continuações normalmente são cansadas e uma tentativa obvia de lucrar ainda mais da fama do filme anterior, Toy Story 2 não é uma dessas continuações. O filme tem uma história própria, uma nova mensagem (dessa vez mais uniforme, não importa a sua idade), O filme ganha 4 estrelas, por que, apesar de não ser tão bom quanto o primeiro, é muito bom.


Onze anos se passaram e, finalmente, Toy Story 3 foi lançado em 2010, com o elenco original reprisando seus papeis e Michael Keaton / Duda Ribeiro se juntando ao elenco como Ken.


Andy, agora um adolescente, está indo para a faculdade, e os brinquedos se deparam com um futuro incerto quando ele precisa decidir quem ele vai levar consigo e quem vai ser guardado no sótão. As coisas se complicam quando os brinquedos são doados para uma creche e acabam caindo nas garras de um ditador de pelúcia. O filme conta com momentos engraçados, como um Buzz espanhol, e momentos tocantes que te fazem chorar feito um bebe.

ERA PRA SER UM FILME PRA CRIANÇAS

Esse filme também tem uma mensagem, talvez a mais poderosa de todos os 3, e, resgatando a abordagem do primeiro, também tem mensagens menores espalhadas pelo caminho. Não há muito o que se dizer, além do fato de que - ao contrário da maioria dos filmes de numero 3 que são extremamente forçados, com os autores começando a ficar sem ideias para os personagens principais (pensa A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros Dos Sonhos), Toy Story 3 tem uma história original que faz sentido por que os dois filmes anteriores apontavam nessa direção, é bem escrito, bem dirigido, e o encerramento perfeito para a trilogia. E ganha cinco estrelas.


Eu ia dedicar toda uma discussão a filosofia do universo de Toy Story, com foco especial na implicações morais dos brinquedos estando vivos, mas pensando melhor, é dia das crianças. Eu posso falar sobre isso depois. Por enquanto, saiba que você pode comprar todos os filmes de Toy Story em DVD e Blu-ray na Saraiva. E feliz dia das crianças!

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